quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Deslocado


Não pertenço ,
Não pertenço a este alento
Onde quero estar ,
Não sinto que devo e sim fujo
Para algo como um tumulo
 Me enterro na vergonha
Como aquele que sonha em ser lúcido em vida
Não descobrir a verdade apenas quanto termina
Me tornar poeira , sujeira , fungo da alma
Quando se tem tudo menos a calma
Sozinho me vejo nesta caixa
Aprisionado na escuridão da solidão
Em correntes de espinhos e coroa de sangue
O esquecimento me protege para que eu nunca mais ame. 

Tormento


Olhar vazio , um azul tão profundo quanto o rio
Que a meia noite escurece e padece a luz do luar
Ao longe se ouve um grito ecoar nas montanhas nebulosas
uma voz triste e rancorosa,
Invadindo os campos da cidadela ,
 com um vento que o faz lembra daquela
Que tenta esquecer
Memórias tristes , lembranças dolorosas
esquecer , só quero te deixar  e virar as costas
E nunca mais precisar perder, nunca mais
Precisar dizer , precisar te ver
Gostaria de ter asas e voar  
mas já que as lembranças não posso afogar
Pelo menos posso me desligar desse mundo
Através de um ato imundo
Que tenho vergonha de pronunciar
Constante pesadelo, incessante tormento
Te digo adeus, aqui eu calo o meu lamento.