domingo, 22 de maio de 2011

Escuro

O escuro, o alem do compreendido, temido, como um segredo pecaminoso, sujo e sem importância, escuridão profunda , do raso, do fim, do inicio. A resposta pode não ser a luz, por conceitos antigos e novos, a luz é o beatificado, abençoado, o beco sujo descriminado por ser o lado podre do cão doente e moribundo que ninguém quer na porta de casa pedindo água, comida ou respeito. Migalhas, tristes, são as sobras da integridade que lhe resta a juntar, cacos de uma janela apedrejada, por ser diferente do acostumado, por não ser comum nas ruas de neve e castigos religiosos, missa de afortunados, as almas dos santos sociáveis de boa vida que se deita em suas camas quentes e cobertas, não têm dever e não pretendem ver. Fechando portas, cortinas escuras e luzes apagadas.
Frio ou calor, piedade de clérigos de capas brancas e iluminadas, oferecendo favores que logo deveram ser cobrados, intenções, mas obscuras que a própria mente, que nem as moscas ousam rodear. Cheiro de morte no hálito, com a voz de monarca poderoso , enganar, ganhar, vencer... Não importando quem perder.  
Compaixão, perdida mais do que nunca nas ruas escuras, vielas e esgotos compartilhados com baratas e ratos compartilhando o espaço dos dejetos das idéias fracassadas. Em meio ao lodo, preso, sufocando , perdendo forças em uma luta que nunca poderia ser ganha.
Mas um dia levantarei com todas as mágoas no peito e tirarei  proveito de toda a escuridão que hoje em mim reside , pois sozinho  fiquei, porem,  sozinho não morrerei.

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